Uma parceira entre oComitê Latino Americanoe o Coletivo Catarse para assistir e conversar sobre filmes a cada duas semanas, sempre às terças, 19:30h. Entrada franca.
Filmes de arte, independentes, engajados, marginais, militantes, autorais, subversivos, humanistas, políticos, revolucionários, sociais, críticos ou seja lá o nome que lhes derem. Nos interessa também a diversidade de temas, geografias, linguagens, narrativas e autorias. O debate é livre após a exibição, e só acontece se o público quiser. Mas não há lugar melhor para um bate-papo sobre um filme do que nas mesas de um espaço como o Comitê.
Nos inspiram ideias de Fernando Birri, cineasta argentino que escreveu em 1962 opoema-manifesto Cinema e Subdesenvolvimento:
De que cinema necessitam os povos da América Latina?
De um cinema que os desenvolva.
Um cinema que lhes dê consciência, tomada de consciência;
Que os esclareça;
Que fortaleça a consciência revolucionária daqueles que a tem;
Que lhes dê fervor;
Que inquiete, preocupe, assuste, debilite aos que tem "má consciência", consciência reacionária;
Que defina perfis nacionais, latino-americanos;
Que seja autêntico;
Que seja antioligárquico e antiburguês na ordem nacional e anticolonial e antiimperialista na ordem internacional;
Que seja pró povo e contra anti-povo;
Que ajude a emergir do sub-estômago ao estômago;
Da sub-cultura à cultura;
Da sub-felicidade à felicidade;
Da sub-vida à vida.
Estreia da sessão Bodoqe com Santiago Álvarez, “o olho da revolução”
Começamos com o realizador Santiago Álvarez, que na sua obra documental vai do registro da revolução cubana a reflexões sobre momentos históricos das Américas e da Ásia. Sua produção se destaca pela presença ativa do jornalismo, genial uso da montagem e emprego de áudio como parte indissolúvel da ação dramática.
Sobre ele, escreveu o também cineasta Orlando Senna: “O último dos grandes e também o mais instigante, o que mais impactou os jovens cineastas da segunda metade do século passado. Santiago e seu cinema transgressor, radical, panfletário, inventou o clipe, utilizou cenas ficcionais distorcidas, usou dramática e visualmente as palavras, explodiu e implodiu a imagem com um grafismo inédito no cinema e incendiou a reflexão e a percepção teóricas ao inventar e defender o conceito de dramaturgia da informação, a organização artística de fatos, imagens e opiniões. Ele dizia e demonstrava na prática que não lhe interessava registrar e sim participar da realidade”.
Os filmes:
Now(1965 / 06 min.)
El tigre saltó y mató,... pero morira,... morira!!! (1973 / 16min.)
Mi Hermano Fidel...! (1968 / 18 min.)
Hanoi, martes 13 (1967 / 38 min.)
Comitê Latino Americano
Rua Vieira de Castro, 133
(quase esquina com Venâncio Aires)
(51) 3207 8733 - 8470 7377
Porto Alegre - RS/Brasilcomitelatinoamericano.
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